Conheça a trajetória da Alemanha das categorias de base ao título da Copa
O trabalho de longo prazo na formação de atletas foi um dos elementos que faltaram para o sucesso da Seleção Brasileira.
A seleção da Alemanha chegou ao título com uma geração que vem jogando junto há seis anos. Este trabalho de longo prazo na formação de atletas foi um dos elementos que faltaram para o sucesso da Seleção Brasileira.
Uma taça e sete gols separam Brasil e Alemanha, na Copa de 2014. Mas há cinco anos, as perspectivas eram iguais para os dois.
Em 2009, a Alemanha se consagrava campeã europeia sub-21. E naquele mesmo ano, o Brasil levantava o título equivalente, o sul-americano sub-20. Só que de cinco anos para cá, as duas seleções colheram frutos bem diferentes destas conquistas continentais.
Daquele time jovem e vitorioso alemão, seis jogadores foram campeões do mundo neste domingo (13): Neuer, Boateng, Hummels, Özil, Höwedes e Khedira. Já no time de Felipão, não havia nenhum jogador daquela seleção sub-20. Para o coordenador da base do Fluminense, atual campeão de uma das mais importantes competições sub-18, falta continuidade ao futebol brasileiro.
“O trabalho é pensado, nesses países, de uma forma sempre de longo prazo, enquanto aqui é o próximo jogo, o próximo campeonato, o próximo torneio. Não é isso”, disse Fernando Simeone, coordenador da base do Fluminense.
Talentos como Kaká, Ronaldo e Neymar escalaram as divisões de base da Seleção até chegarem ao time principal. Mas, nunca um bloco de jogadores tomou conta do time profissional, como aconteceu com a Alemanha de 2014. O investimento na base, muitas vezes, se perde. Fernandinho, por exemplo, foi campeão mundial sub-20 em 2003 e ficou esquecido por oito anos até a primeira convocação para a seleção profissional.
Na Espanha, ultima campeã do mundo, as seleções de jovens fazem parte do planejamento do futebol do país. O ex-jogador da seleção brasileira Carlos Alberto Pintinho trabalhou nas divisões de base do clube espanhol Sevilla.
“É muito importante que o técnico do primeiro time acompanhe o trabalho das divisões inferiores. Será que as seleções sub-17, sub-18, sub-19, sub-20 e sub-21 jogam igual ao primeiro time?”, questionou Carlos Alberto Pintinho, ex-jogador da Seleção.
Os alemães aprenderam como se faz a duras penas: em 2000, deram vexame na Eurocopa, terminando em último, com um ponto. A federação alemã passou a destinar milhões do seu orçamento para as categorias de base do país. Hoje, para disputar a primeira e segunda divisões, os clubes são obrigados a manter times de base.
“Eles organizam torneios, organizam uma ou duas semanas onde os jogadores, os melhores de cada região, de cada time, vão para a seleção e eles passam qual o conceito deles de futebol, qual a filosofia, o que é importante para se estar nesta seleção. Então tudo isso é feito por essas seleções de base, não é só convocado e jogam os melhores, é um trabalho, é um processo seletivo”, ressaltou Cacau, ex-jogador da Alemanha.
“Não podemos ser os melhores só falando, temos que ser melhores dentro do campo de verdade”, completou Carlos Alberto Pintinho.
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