em Banner, Blogs e Colunas, Marcio Cruz 10:44- 7 de outubro de 2014 0 Comentários
Olá, internautas.
Muito tem se falado a respeito da necessidade de mudanças radicais no futebol brasileiro, a fim de viabilizar o seu desenvolvimento e a melhora como um produto a ser consumido.
Ocorre que, podendo estarmos enganados, não nos deparamos com propostas concretas de uma revolução nas categorias de base dos clubes, além das questões técnicas e táticas.
Toda profissão requer grandes aprendizados e estudos, para que seja alcançado o ápice profissional com a excelência exigida durante a preparação, como estudo básico, fundamental, médio, superior, conhecimentos específicos de especialização, MBA, pós graduação e, em algumas áreas, até mestrado e doutorado. Por que o futebol não é encarado dessa forma?
Deve o atleta de futebol encarar o ambiente em que convive como sua profissão e, assim sendo, agir como um profissional, devidamente preparado. Mais que formar-se atletas com habilidades e aptidões técnicas, táticas e físicas, já é hora de serem implementadas medidas visando a profissionalização do atleta de futebol nos clubes.
Infelizmente, poucos são os atletas que adotam uma postura profissional durante as suas carreiras, mesmo com uma parcela, ainda que mínima, recebendo vencimentos muito acima de profissionais como CEO, Magistrados, Médicos, entre outros, os quais necessitam de grandes investimentos para alcançarem a excelência profissional.
Não se trata de nenhuma crítica aos salários recebidos, muito pelo contrário, se os atletas os recebem, é devido a uma parte que está proposta a pagá-los, restando configurados como lícitos e merecidos. Ocorre que não é de hoje que, principalmente em relação aos brasileiros, exige-se uma postura mais profissional dos atletas de futebol, notadamente quando alçam voos em terras internacionais.
Quais medidas poderiam ser eficazes para essa implementação profissional? Embora não sejamos nenhum Expert da área de Gestão Esportiva, acreditamos que o primeiro passo para a conscientização e implementação do “Profissionalismo”, isso mesmo, com “P” maiúsculo, no futebol, seria a adoção de medidas padrões aplicáveis desde as categorias de base iniciais, a partir das equipes Sub-11.
Inicialmente é necessário dar estrutura básica para os atletas desde a iniciação no esporte, como a disponibilização de alimentação adequada, apoio assistencial, psicológico e nutricional, aparelhamento apto a desenvolver a forma física, alojamentos com infraestrutura, educação, cultura e lazer. A partir do atendimento aos requisitos básicos de desenvolvimento humano, ficaria mais fácil implementar um perfil profissional e exigir uma postura mais séria e disciplinada dos atletas.
Além da profissionalização, necessário se faz ensinar aos atletas as regras básicas da modalidade esportiva, assim como a existência e a sujeição às medidas disciplinares previstas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva e em outras áreas ligadas ao esporte.
Citadas medidas, devem servir exatamente como uma Universidade do Atleta, de forma a viabilizar a formação do Jovem Atleta, preparando-o para o futuro profissional e, assim, poder encarar o futebol como uma efetiva profissão e meio para a sua vida e subsistência própria e de sua família.
A implementação de tais medidas, embora adotadas de forma básica em remotas entidades de prática desportiva, deveria ser encarada de maneira mais séria e enérgica, trazendo reflexos naquela que é considerada uma parcela soberana no futebol profissional nacional, onde a maioria dos atletas, ganham baixos salários, trabalham em condições precárias, muitas vezes em condições análogas a de escravo, submetendo-se ao referido cenário, tudo pela busca incessante de um grande sonho.
Idealmente falando, não seria necessário exigir-se tal postura das entidades de prática desportiva, eis que a ordem natural do homem médio, impõe que estas fossem adotadas e cumpridas espontaneamente, agindo na linha da Teoria do Risco Integral, onde aquele que se submete a ingressar no mercado deverá suportar os riscos da atividade empresarial, não havendo se falar que se tratam de associações sem fins lucrativos, quando a realidade expressa é totalmente o contrário.
Sabemos que o futebol carece de várias medidas a serem urgentemente implementadas a fim de viabilizar a manutenção de diversas entidades, porém de nada adianta a mudança, sem que seja iniciada pela origem e o nascimento de tudo, ou seja, como a própria expressão sugere, a base de tudo é a “base”.
Importante a conscientização dos dirigentes esportivos de que o mundo atual, exige do esporte a profissionalização e a estruturação de um modo geral, a fim de viabilizar o sucesso futuro, fazendo parte desse processo manter uma equipe de profissionais relacionadas a todas as áreas que envolvam a prática desportiva, pelo que sem tal receita, o êxito estará jogado ao acaso.
Foi um prazer tratar de mais um tema jus desportivo com todos os internautas e voltaremos em breve.
Abraço a todos.
Abraço a todos.
MARCIO CRUZ
Advogado especialista em Direito Desportivo
www.mcadv.adv.br
marciocruz@mcadv.adv.br
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