Por: Cosme Rímoli - Portal R7
O execrado Paulinho agora vira solução. Felipão vai testá-lo para enfrentar a perigosa Colômbia. O Brasil já está preocupado em achar uma solução para travar James Rodrigues…
Teresópolis...
O futebol é uma gangorra. O que era convicção na semana passada, muda radicalmente nesta. Principalmente na Seleção Brasileira. O grande exemplo é Paulinho. O jogador virou sinônimo de péssimo futebol. Estava prejudicando o time desde a estreia.
Foi mal contra a Croácia. Pior diante do México. E seus 45 minutos da primeira diante dos camaroneses, caóticos. Não tinha força para marcar, nem armar e muito menos para surgir como surpresa no ataque.
Afinal de contas foi atuando dessa maneira que se consagrou no Corinthians. Fundamental nas conquistas da Libertadores e do Mundial. Felipão o apelidou de 'motor do time' na Copa das Confederações. Só que o período na reserva e a reserva no Tottenham lhe roubaram ritmo de jogo e confiança. Virou alvo fácil para quem pedia mudança no Brasil.
Felipão quase ganha beijos da imprensa que cobre a Seleção quando tirou Paulinho do time. Era uma questão de justiça a escalação de Fernandinho. O jogador do Manchester City entrou e resolveu o problema contra Camarões.
Contra o excelente sistema tático chileno, Luiz Gustavo e Fernandinho se desdobraram em marcar. Oscar fechava o setor esquerdo e Hulk, o direito. Neymar estava muito à frente, encostado em Fred. Havia o centro das duas intermediárias para os dois volantes de desdobrarem diante dos chilenos. Cobrir esse buraco os sacrificou.
Fernandinho teve de ser trocado. Correu tanto que os músculos adutores e as panturrilhas travaram de cansaço. "Ele teve câimbras muito fortes. Estava desgastado. Mas jogará contra a Colômbia", garantia o médico José Luiz Runco.
Luiz Gustavo, não. Ele teve de apelar para uma falta forte e tomou o segundo amarelo na Copa. Está suspenso. "Quando tomei o cartão foi algo muito dolorido. Mas não tinha jeito. Eu precisava fazer aquela falta. Não estou nem um pouco arrependido. Foi para o bem do time."
Só que aí é que volta a tese da gangorra. E Felipão volta seus olhos para quem? Isso mesmo, Paulinho. O que era o causador da fragilidade brasileira agora ressurge como solução para o grave problema de marcação diante do flutuante meio de campo colombiano.
"Eu não me desanimei, nem me abati quando sai do time. Sou parte do grupo. Da mesma maneira que o Fernandinho esperou a oportunidade dele, também passei a esperar pela minha. Esse afastamento foi até bom para perceber o que precisava melhorar. Eu estou confiante. Se o Felipão precisar de mim, pode contar."
Até pela boa convivência do grupo que disputa a Copa, Felipão conversou com Paulinho antes de tirá-lo do time. Foi sincero. Disse que precisava de um maior poder de marcação. E isso o Fernandinho tinha mais a oferecer do que ele. Já que estava com excelente ritmo de jogo. O volante do Tottenham reconheceu para o técnico que o período que passou parado o prejudicou.
Só que uma semana depois, o treinador brasileiro deve apelar para Paulinho. Sua tendência em Fortaleza é recuar Fernandinho para primeiro volante e recolocar o corintiano no time. Por via das dúvidas, deve testar Henrique como primeiro volante e mantendo Fernandinho mais à frente.
O que o técnico não quer é colocar Dante ao lado de Thiago Silva e adiantar David Luiz como primeiro volante. Assim ele mexeria em duas posições. Desmancharia a zaga que está funcionando muito bem. Além disso, David Luiz está tentando se livrar da contratura muscular. Não teria como ter a movimentação exigida como volante.
Felipão gosta muito mais de Ramires como quarto homem de meio de campo pela direita. Na posição de Oscar. Como volante, seu poder de marcação é menor. O técnico brasileiro sabe do talento da surpreendente equipe do argentino José Pekerman. Por isso, o jogador do Chelsea deve seguir como opção.
Paulinho é um jogador inteligente e instintivo. Sabe ler a situação. E ela virou para o seu lado. Não carrega mais o peso de ser um problema. Da noite para o dia, se tornou solução. "Nós nunca saímos de perto do Paulinho. Ninguém gosta de perder a posição. Ainda mais em uma Copa do Mundo. Esse apoio para quando as coisas não dão tão certo é fundamental. Até para um eventual retorno", diz Thiago Silva.
Está nos pés de Paulinho a possibilidade de recuperar a posição que era sua, de forma incontestável antes da Copa do Mundo começar. Basta se desdobrar no treinamento. Ele terá sua oportunidade. Na gangorra do futebol, ele amanhece este domingo em cima. Partindo na frente de Henrique e Ramires.
"Eu nunca deixei de acreditar em mim. Respeito a todos na Seleção, mas se tiver a chance de brigar para voltar ao time, vou me desdobrar. O Felipão sabe que vontade e determinação eu tenho de sobra", avisa, esperançoso, Paulinho. O homem descartado na semana passada e que hoje recupera status. E é tratado pela imprensa e pelo grupo titular novamente. Pelo menos até o primeiro treinamento amanhã, aqui em Teresópolis.
Felipão tem a obrigação de fazer o Brasil marcar muito melhor do que ontem no Mineirão. Principalmente no meio de campo. Até porque a Seleção terá pela frente um grande camisa 10 colombiano: James Rodrigues. E ele precisa ser anulado se a Seleção quiser de verdade chegar às semifinais...
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