Publicado em 18/02/2014 às 02h56
A Copa do Mundo foi a desculpa perfeita. O lobby milionário das fabricantes de cerveja, uísque, vodca e cachaça estão em festa. O álcool voltou aos estádios brasileiros. E para ficar. Muito além do Mundial…57 Comentários
A Copa se tornou a desculpa perfeita para um negócio milionário.
A Itaipava pressionava.
Não pagou R$ 100 milhões para batizar a Fonte Nova por acaso.
Queria a liberação da venda de cerveja no estádio.
Por dez anos terá a exclusividade de sua marca.
A proximidade do governo baiano produziu outro fruto importante.
A Itaipava vai rachar com a Schincariol R$ 30 milhões.
Por essa quantia as duas terão exclusividade no Carnaval baiano.
Só essas cervejas poderão ser vendidas na folia.
A Ambev pagava R$ 5,3 milhões por essa exclusividade.
Perdeu o leilão deste ano.
Há a certeza que Pernambuco deverá logo liberar também o álcool nos estádios.
Por conta da pressão da Itaipava.
A cervejaria comprou o naming rights da Arena Pernambuco.
Foram outros R$ 100 milhões, como na Bahia.
A lei proibindo venda de bebidas nos estádios era de 2008.
Mas o governo brasileiro cedeu à pressão da Fifa.
A entidade exigiu a liberação da venda de Budweiser na Copa das Confederações.
E na própria Copa do Mundo.
A cerveja é uma das suas maiores patrocinadoras.
Dilma Rousseff não teve como não liberar.
O acordo foi fechado quando o Brasil quis organizar a Copa, em 2007.
Depois da liberação na Bahia, o efeito será cascata.
Há pressão generalizada no país inteiro.
O álcool voltará a ser consumido livremente nos estádios.
O que acaba com uma hipocrisia.
Ao redor de todo campo no Brasil há ambulantes vendendo cerveja.
E muitos torcedores já entram para a arquibancadas bêbados.
A pressão das cervejarias é enorme.
E conta com a participação também das destilarias.
A liberação na Bahia revela que não haverá só cerveja.
Nas arquibancadas só podem ser vendidas bebidas com até 20% de álcool.
As 'ice' também se encaixam nesta categoria.
Agora, nos camarotes e áreas 'vip', tudo muda.
Bebidas até com 43% de álcool estão liberadas.
Ou seja, uísque, vodca, tequila, saquê e até aguardente.
Políticos importantes fazem lobby pelas cervejarias e destilarias.
Garantem que a bebida não estimulará violência nos estádios.
Insistem que é mito.
Os policiais saberão como agir.
De vereadores até governadores defendem a pressão bilionária das fabricantes.
A liberação da venda de álcool nos estádios chegou para ficar.
Muito além do Mundial...
Quem falou que a Copa não deixará legado algum ao povo brasileiro?
Cerveja, uísque, vodca, tequila, saquê e cachaça para todos.
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