quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

CASO DE DOPING NA BASE DO GRÊMIO EM 2013 - DESFECHO RIDÍCULO

STJD arquiva caso de doping na base do Grêmio e não culpa preparador físico


Marinho Saldanha 
Do UOL, em Porto Alegre

Dois jovens do time Sub-20 do Grêmio foram pegos no exame antidoping no ano passado. A presença da substância methylhexaneamine foi constatada em prova e contraprova. O clube agiu rapidamente e alegou uma 'sindicância interna' culpando o preparador físico Diego Mello, demitido em seguida. No entanto, o STJD juntou depoimentos e não teve a mesma conclusão. Foram ouvidos jogadores, médicos, nutricionistas e massagistas do clube e o Tribunal concluiu não haver maneiras de imputar a Diego ou mesmo ao clube a responsabilidade pelo doping.


A substância encontrada no exame dos jogadores após a partida contra o Vitória, pela Copa do Brasil Sub-20 também está presente em descongestionantes nasais. A reportagem do UOL Esporte apurou, na época, que Diego foi considerado culpado em uma 'sindicância interna' e demitido por justa causa. No entanto, o STJD resolveu fazer uma investigação sem ingerência do clube e ouviu nos últimos dias vários profissionais envolvidos no caso.



A reportagem do UOL Esporte teve acesso ao relatório final apresentado pelo relator Ronaldo Botelho Piacente. Entre os ouvidos estiveram: o técnico da base Marcelo Mabília, o preparador de goleiros Ilo Roxo, o auxiliar Lucas Gonçalves, o supervisor Marcelo Rudolf, o massagista Lucas Silva da Cruz, o médico Márcio Márques Dorneles, a nutricionista Katiuce Borges Sapata, além de 11 jogadores - entre eles nomes conhecidos como Lucas Coelho e Calyson, presentes no time Sub-20 na ocasião - e o funcionário Emanuel Indrusiak.

LEMBRE DO CASO E DAS ALEGAÇÕES DO GRÊMIO PARA RESOLVER O PROBLEMA

Os casos de doping no time Sub-20 do Grêmio durante a Copa do Brasil da categoria repercutiram diretamente no clube. Nesta segunda-feira, o preparador físico das categorias de base, Diego Mello, foi demitido, reflexo do ocorrido com os jovens Mateus e Felipe, ambos pegos no exame pela substância methylhexaneamine. O departamento jurídico do Grêmio apresenta, nesta terça-feira, a defesa dos atletas, mas tomou a decisão por sindicância interna.
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As palavras foram contraditórias. Com isso, o Tribunal chegou a conclusão que há pontos que não condizem com o passado pelo Grêmio. Com isso, o pedido foi por arquivamento sem culpar o preparador físico ou mesmo o clube.


"Não há ainda nos autos prova que a substância encontrada nos atletas Mateus e Felipe foram ministradas por Diego Vieira Mello ou por algum proposto do clube", diz o relatório.



Ainda segundo depoimentos referidos no relatório, o pote em que supostamente estaria o suplemento ficaria guardado com o massagista, que ao notar diferença no recipiente poderia ter manifestado isso a outra pessoa do clube. Algo que não foi feito.

TRECHO DO RELATÓRIO QUE ARQUIVA O CASO DE DOPING NA BASE DO GRÊMIO


O suplemento que teria sido dado aos atletas é o Jack3d. No entanto nem mesmo a presença dele foi confirmada. "Não há como confirmar que vários atletas foram submetidos a ciclo de doping por um preposto do Grêmio por vários anos, ou mesmo por Diego. Até porque não ficou comprovada a existência deste suplemento", diz o relatório.


Com isso, o Grêmio já recebeu, inclusive, o comunicado oficial do STJD informando o arquivamento. Desde a saída do Grêmio, Diego trabalha como personal trainer e promete buscar a justiça por ter sido considerado 'culpado' pelo clube antes do julgamento. Os atletas estão punidos por um ano pelo Tribunal.

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