Já endividada, a direção do Palmeiras se expôs.
E implorou aos seus torcedores que pagassem Wesley.
Foi um apelo maroto.
O jogador custaria R$ 15 milhões.
O pedido foi de R$ 21,5 milhões.
O então presidente Arnaldo Tirone tinha certeza.
O torcedor pagaria não só os direitos federativos, como a luva, os salários.
E as comissões pela contratação do jogador.
Não teve o menor constrangimento de pedir dinheiro ao palmeirense.
Tentou de maneira indecente usar o amor do fã do clube.
Cada cota custaria 'só' R$ 100,00.
O pedido de esmola explícito foi um vexame.
O resultado foi vergonhoso.
A campanha arrecadava menos de R$ 500 mil nos últimos dias.
Chegou a R$ 700 mil artificialmente.
Com a colaboração de pessoas importantes do clube.
Que sabiam que teriam seu dinheiro de volta.
Ele estaria longe dos R$ 21,5 milhões exigidos.
Tudo foi vergonhoso demais.
Tirone se viu constrangido a pedir um empréstimo de R$ 15 milhões.
E contratou o jogador.
Deu a ele salários de R$ 350 mil mensais.
Divulgou para a imprensa que ele ficaria até 2017.
E largou a situação no colo de Paulo Nobre.
Só que a realidade demorou, mas veio à tona.
Os R$ 15 milhões não foram pagos a Antenor Angeloni.
O presidente do Criciúma usou sua empresa para bancar o dinheiro.
E ele já foi repassado ao Werder Bremen.
Só que como não recebeu, entrou na Justiça.
E conseguiu bloquear a cota de transmissão de jogos do Palmeiras.
O clube está sem receber R$ 20 milhões da TV Globo.
Tudo ficou muito pior.
Pessoas ligadas à atual diretoria resolveram expor Tirone.
Deixaram vazar que o contrato de Wesley nunca foi de cinco anos.
Mas apenas de três.
O ex-presidente tinha certeza que ele aceitaria ficar mais dois anos.
E recebendo os mesmos R$ 350 mil.
Deixou a proposta encaminhada e foi embora.
Mas o jogador nunca assinou a prorrogação de contrato.
Ou seja, ele estará livre em fevereiro de 2015.
Já em agosto deste ano estará livre para assinar um pré-contrato.
E sair sem render um tostão ao Palmeiras no início do próximo ano.
O vexame é ainda maior em relação a Luís Felipe.
Uma raríssima revelação da base do clube.
Lateral direito eficiente.
Forte na marcação e muito veloz no ataque.
Seu bom desempenho na Série B animou a diretoria.
E foi proposto a ele um contrato de dois anos.
Até o final de 2014.
Só que um funcionário teria errado a digitação.
E colocado dezembro de 2013.
Os contratos foram assinados.
Percebido o erro, a diretoria quis que o lateral assinasse outro contrato.
Um correto, com a data valendo até 2014.
Ele se recusou, só assinaria se ganhasse um bom aumento.
A diretoria o afastou, acreditou que ele pediria arrego.
Não teria coragem de manter o confronto.
Mas mal sabia que ele já havia se acertado com o Benfica.
O jogador pergunta abertamente a Alan Kardec como é o clube.
O atacante pertence aos portugueses e atua por empréstimo no Palmeiras.
Os dirigentes ficaram irritados com a postura do lateral.
E decidiram afastá-lo do elenco.
E ainda processá-lo na Justiça do Trabalho.
Querem fazer valer o contrato até o final de 2015.
Luiz Felipe procurou se defender.
Escolheu justo Luiz Felipe Santoro, advogado do Corinthians.
Outra nítida provocação.
Paulo Nobre recebeu diversas críticas de conselheiros.
Eles não se conformam com a venda de Henrique ao Napoli.
Ainda mais rendendo pouco mais de R$ 10 milhões.
Quantia baixa demais para um atleta com chance de disputar a Copa.
Assim como o treinador Gilson Kleina.
Ele o considerava fundamental no time para 2014.
Para tentar acabar com o constrangimento, a direção escolheu um caminho conhecido.
Repetir o que fez em relação a Barcos.
Não oficialmente, pessoas ligadas à direção espalharam na imprensa.
O zagueiro estaria ameaçando cobrar na justiça R$ 1,5 milhão em dívidas.
E também não queria receber o dinheiro parcelado.
Paulo Nobre teria então ficado magoado com a atitude do capitão do time.
Jogo de cena para o torcedor não reclamar.
O zagueiro queria sim seu dinheiro.
Mas o Palmeiras está endividado.
Deve entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.
Esse bloqueio de R$ 20 milhões por causa de Wesley o travou de vez.
O clube precisou de dinheiro imediatamente.
Só por isso vendeu Henrique.
Por causa do R$ 10 milhões.
Não iria admitir isso para não decepcionar seu torcedor.
Ainda mais no ano do centenário.
O caminho mais fácil é deixar a imagem de mercenário.
Fazer do capitão Henrique um jogador louco por dinheiro.
Assim como o clube tentou fazer com o também capitão Barcos.
"Não tive escolha. O Palmeiras quis me negociar."
Estas foram as palavras do argentino.
Mas no futebol é assim, ficar por isso mesmo.
Fica a palavra de um contra a do outro.
E o torcedor sempre acaba optando pelo que for menos doloroso.
É melhor pensar que Henrique e Barcos são mercenários.
Dois jogadores que foram escolhidos capitães.
Por seu excelente comportamento, pela liderança.
Mas de uma hora para outra se tornam vilões.
E precisam ser vendidos.
É bom Valdivia se preparar.
O clube o está tratando tão bem porque planeja.
Sonha vendê-lo após a Copa do Mundo.
Dependendo da situação, poderá sair de uma maneira constrangedora.
Com boatos que exigiu mais dinheiro do clube.
De querer sair de qualquer maneira.
Só para não revoltar a torcida.
Em meio a este mundo de fantasia, o clube tenta fazer festa hoje.
Vai lançar a sua camisa do centenário.
Com detalhes dourados.
É o que resta ao clube.
Processado por falta de pagamento.
Com erros primários em contratos de jogadores.
Sem patrocinador.
Dívida batendo os R$ 300 milhões.
O que vale é fazer festa por uma camisa.
Por proibição da Nike, a Adidas teve de se conter.
E não colocar hoje contra a Penapolense, a amarela.
A cover da Seleção.