O pai e o jogador ficaram com R$ 193 milhões…
O grupo DIS está revoltado.
A empresa montada pelo empresário Delcir Sonda não se conforma.
Houve uma revolta generalizada.
Os números envolvendo a venda de Neymar ao Barcelona chocaram.
Já havia a desconfiança de Delcir que havia recebido pouco.
Mas diante do que foi exposto, foi demais.
Apesar de possuir 40% dos direitos do atleta, chegou muito pouco dinheiro.
Cerca de R$ 22,6 milhões.
Enquanto a parte do pai e do jogador passou dos R$ 193 milhões.
O Santos ficou com R$ 57,2 milhões.
A irritação virou desconfiança formal.
A empresa já pediu esclarecimentos da venda à Justiça Brasileira.
E agora fará também à Justiça Espanhola.
Não se conforma com a sua 'pequena' parte.
Delcir Sonda foi procurado pelo então presidente Marcelo Teixeira.
O Santos estava com dificuldades financeiras para manter Neymar.
Havia procurado a Traffic.
Pediu R$ 3 milhões por 40% da jovem promessa.
Jota Hawilla recusou, achou muito caro.
Mas não foi o caso de Delcir.
Sua empresa investiu R$ 5 milhões em Neymar.
A compra foi fechada em fevereiro de 2009.
Havia o forte interesse do Chelsea na época.
A participação do grupo DIS evitou a saída.
Mas com a troca da diretoria santista provocou um abalo.
Luís Álvaro se afastou de Delcir.
Brigaram muito na venda de Paulo Henrique Ganso.
Foram ameaças mútuas de ida à justiça.
A empresa tinha 55% do atleta quando ele foi para o São Paulo.
LAOR fez questão de afastar o grupo de Neymar.
O contato era quase inexistente.
Mas Delcir sempre avisou que tinha 40% do atleta.
Até que veio a negociação com o Barcelona.
Na época, ele não se conformou com o que foi anunciado.
Reclamou que um jogador tão talentoso saiu barato demais.
E que sua parte era absurdamente baixa, R$ 22,6 milhões.
A diretoria santista ironizou.
Dirigentes disseram que ela para ele se conformar.
Neymar poderia ter ido embora após a Copa do Mundo.
E nem um centavo iria para o grupo DIS.
Mas isso não aplacou a ira de Delcir.
Advogados se empenham em detalhes da transação.
A empresa também fez questão de mostrar que ninguém é santo.
Neymar pai mostrou a carta da direção do Santos autorizando a venda em 2011.
Fato sempre negado por Laor.
"Eu havia me esquecido", respondeu ontem.
O grupo DIS divulga agora o contrato que tinha com Neymar.
A cláusula é chocante.
"O agente compromete-se a comunicar a DIS, por escrito, num prazo máximo de 48 horas, a partir do recebimento, sobre qualquer proposta que receba visando a transferência do atleta Neymar da Silva Santos Jr. a outro clube de futebol, informando o clube, a fonta pagadora, os valores e prazos de pagamento."
Delcir jura que ninguém o avisou sobre a transação.
Tudo teria sido feito às suas costas.
Seu grupo iria fazer exigências.
Brigar por um preço mais alto.
Está claro que o contrato não foi cumprido.
Há como o grupo entrar na Justiça cobrando Neymar pai e Wagner Ribeiro.
O empresário de Neymar também assinou o contrato.
O que chocou mesmo Delcir foram os valores.
Ele não entende porque ficou com tão pouco, R$ 22,6 milhões.
Enquanto Neymar e seu pai embolsaram R$ 193 milhões.
Há alegação do grupo DIS que teria participação no adiantamento.
Nos R$ 33 milhões que o Barcelona deu em 2011 a Neymar Sênior.
E que alega não ter o menor conhecimento.
A Receita Federal brasileira já mergulhou de cabeça no caso.
Está investigando cada detalhe.
Quer saber se todos os impostos foram pagos.
Assim como a Justiça Espanhola detalha o contrato com o Barcelona.
A situação está complicada também para a direção santista.
O presidente em exercício, Odilio Rodrigues foi xingado após o clássico de ontem.
Torcedores queriam saber do dinheiro da venda de Neymar.
Revoltados, danificaram seu carro.
De acordo com a imprensa de Santos, Laor também está sendo ameaçado.
Os conselheiros querem se reunir.
Há sim uma séria ameaça de impeachment.
Laor mentiu por muito tempo alegando não ter autorizado a venda de Neymar.
Mas ele havia assinado um documento e o entregou ao pai do jogador.
Como desculpa alegou que ele o ameaçava de levar o atleta ao Corinthians.
Andrés Sanchez confirma que assediou Neymar.
O queria no Parque São Jorge.
"Em 2010 ofereci R$ 120 milhões para o Neymar pai.
Ele foi homem e disse que não poderia aceitar."
O ex-presidente corintiano confirmou a oferta na tevê.
Laor ironizou quando foi perguntado se iria processar o Barcelona.
Poderia alegar assédio.
O clube catalão não poderia ter dado adiantamento a Neymar.
Não antes de fevereiro de 2014, já que seu contrato iria até julho deste ano.
"Não vou processar.
Se eu tivesse de processar seria o Corinthians.
Seu ex-presidente até confirmou o assédio..."
Tudo o que Laor não quer é mais confusão com a justiça espanhola.
Mas o que não poderá evitar é uma devassa da Receita Federal.
Nunca uma grande negociação será tão investigada quanto a de Neymar.
Não param de surgir acusações, insinuações, desconfianças.
O grupo DIS também irá correr atrás dos seus direitos.
Enquanto isso, Neymar se cala na Espanha.
Nada de twitter, fotos, brincadeiras.
Finalmente ele percebeu o quanto tudo é sério.
A situação, lógico, preocupa Luiz Felipe Scolari.
E o treinador já prometeu.
Vai blindar Neymar na Seleção.
Se ele se recuperar de contusão, jogará o amistoso contra a África do Sul.
O jogo acontecerá em Joanesburgo, no dia 5 de março.
E só poderá falar de futebol, de Seleção, de Copa.
Nada envolvendo sua ida do Santos para o Barcelona.
Mas não adianta o jogador se calar.
As justiças brasileira e espanhola obrigarão muita gente a se explicar.
Assim como os temidos fiscos dos dois países.
A cada dia fica mais claro.
O pedido de demissão de Sandro Rosell não foi por acaso.
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