Ídolo maior do Bangu que chegou ao vice-campeonato brasileiro em 1985, o ex-ponta-direita Marinho é um dos numerosos jogadores que, passados os momentos de glória na carreira, amarga uma situação delicada na aposentadoria.
Hoje com 54 anos, Marinho ainda é muito assediado em Realengo, onde mora. Em Bangu, é uma celebridade. Mas as oportunidades de emprego estão escassas e, não fosse a Fugap (Fundação de Garantias dos Atletas Profissionais), o ex-craque não conseguiria criar os dois filhos — Mickhail, de 3 anos, e Micaella, de 4 — com os quais vive, além da mulher, em uma pequena casa alugada.
— Estou desempregado há 11 meses, e hoje a Fugap é essencial para que consiga ajudar aqui em casa, com esses meninos. Não fosse o dinheiro que recebo para o aluguel e a cesta básica, que ajuda muito, não teria renda nenhuma. E como sobreviveria, como criaria meus dois filhos pequenos? — questiona Marinho, que chegou a brilhar também na seleção brasileira (jogou as Olimpíadas de 1976, em Montreal) e acabou cortado pelo técnico Telê Santana do elenco que jogou a Copa do Mundo de 1986.
Tristeza e abatimento
Dentro de casa, Marinho é quem cuida das crianças enquanto a esposa, policial militar, trabalha à noite para complementar a renda da família. E com um sentimento especial em relação a Mickhail: em 1988, o craque perdeu Marlon, que ainda não havia completado dois anos, afogado na piscina de casa. Emocionado, fala que recebeu um presente de Deus com o filho que é "igualzinho ao outro":
— Deus veio com esse presente maravilhoso, um menino lindo que é igualzinho ao que perdi, até na bagunça — reconhece.
O ex-jogador também reclama da ausência de ajuda por parte do governo e dos próprios órgãos ligados ao futebol, como a CBF:
— No Maracanã, jogadores como nós construíram o espetáculo. Fizemos tanto pelo futebol, servi ao Brasil como jogador, estive na seleção, e a CBF não ajuda, o governo não recebe a Fugap para conversar. E muitos estão na minha situação — completa Marinho.
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