sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

CURITIBA Á UM PASSO DE SER A "VERGONHA NACIONAL"

Em uma longa entrevista concedida à Radio CAP, o presidente do Atlético Paranaense, Mario Celso Petraglia, quebrou o silêncio sobre as críticas recebidas pelos atrasos na reforma da Arena...
CPI da Copa no PR quer ouvir o presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia (© Divulgação/Atlético-PR)
CPI da Copa no PR quer ouvir o presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia
Em uma longa entrevista concedida à Radio CAP, o presidente do Atlético Paranaense, Mario Celso Petraglia, quebrou o silêncio sobre as críticas recebidas pelos atrasos na reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014, e resumiu os problemas a uma única questão: falta de recursos. Relatando as dificuldades encontradas desde que reassumiu a gestão do clube e das obras, o cartola traçou um paralelo entre a falta de liberação de recursos e as paralisações enfrentadas.
"Iniciamos as obras de janeiro de 2012 sem caixa. Só recebemos o primeiro aporte em julho de 2012 e o segundo em janeiro de 2013. Perdemos praticamente o ano de 2012 todo. Em 2013, um ano com grandes dificuldades, com paralisações, Tribunal de Contas criando empecilhos, liberações que foram atrasando", afirmou o mandatário rubro-negro, que vê uma discrepância entre o que falta a receber o que falta para terminar a reforma.
"Chegamos em dezembro com 70% de valores recebidos com atrasos e 85% da obra pronta. Estamos com praticamente 90% da obra concluída. Mas sem dinheiro não se faz obra", emendou.
Petraglia não poupou as administrações do governador Beto Richa e do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, e reclamou da falta de comprometimento dos poderes.
"O governo do estado e do município não cumpriram sua parte. Aí não se paga funcionário e perde-se credibilidade. Das 12 cidades que terão jogos, temos onze em festa e uma em velório. Temos um clima negativo. Achamos que os investimentos deveriam ser encaminhados para outros objetivos. Então porque assinaram? Era uma gestão anterior? Mas quando se candidata a um cargo, se herdam direitos e obrigações. O grande problema é dinheiro. Isso se acumula. Mas tempo não se acumula. E não se faz milagre", desabafou.
Sobre a visita de última hora do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valke, na terça-feira, o presidente confirmou que uma passagem do consultor especial da FIFA para estádios, Charles Botta, na última semana, foi decisiva para a decisão.
"O Bottas fez um relatório, comunicou o Ministério do Esporte, encaminhou à Presidente (Dilma), e houve uma pressão. E a obra não sairia mesmo. Sem dinheiro não se faz obra, sem garantias não se tem financiamento.Tentaremos esse fôlego final para que a Copa não saia de Curitiba. Para que não tenhamos essa vergonha nacional, um atestado de incompetência de gestão", alertou.
Jogo na Arena, só na Copa
Petraglia garantiu, apesar de tudo, a realização dos jogos, mas acredita que a Arena ficará pronta com a entrada de dinheiro, não por conta da influência do comitê que será formado para dar um apoio à CAP/SA.
"Teremos Copa em Curitiba, mesmo com todas essas dificuldades. Mas, tivemos gente da prefeitura, da secretaria da Copa, do Tribunal de Contas, a auditoria, do Ministério do Esporte, da Fifa, o COL (Comitê Organizador Local), sentados dentro da sede com todas as informações. Temos relatado tudo que acontece. Agora, faltando 10% para terminar a obra, por falta de recurso, se estabelece a comissão. Podem colocar quem quiserem, mas, ajuda nesta hora para acelerar é brincadeira", disse.
O presidente minimizou as críticas sobre a gestão do clube e as soluções apontadas, mas quer mesmo é saber quem vai pagar a conta, antes e depois da construção.
"Só se incrementa obra e se recupera prazo com caixa. Os projetos estão prontos, redondos. Mas, como o empreiteiro vai colocar mais 500 homens se não sabe no final do mês como vai pagar? A única coisa que precisamos é o governo vir a público e dizer que banca. A responsabilidade é de 2/3 do governo e 1/3 é do clube. Não assumiremos mais do que o acordo", garantiu.
Sem dar nenhuma data de conclusão, Petraglia confirmou que não haverá testes, nem jogo para inauguração, com a obra seguindo direto até a entrega à Fifa.
"Fui chamado a atenção pelo secretário-feral da Fifa porque disse que teria um jogo-teste em fevereiro. A Fifa é contra e estamos sendo pressionados pelo Ministério do Esporte. A Fifa não quer nenhuma partida de inauguração, foi nos comunicado na terça-feira. Não teremos jogos-testes, nem inauguração até a Copa do Mundo

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